Publicado 1 de outubro de 2021 18:36. última modificação 1 de outubro de 2021 18:36.

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“Quem governa para os pobres, governa para todos”, diz o economista Eduardo Moreira em live sobre o impacto da desigualdade social na pandemia

A desigualdade social, tema tão importante quando falamos em tornar o Brasil um país mais justo, sustentável e solidário, foi o tema de live realizada pelo PSB Osasco, em parceria com a Fundação João Mangabeira (FJM), na noite desta quinta-feira, (30/9) pelo Zoom. Além do presidente da FJM, Márcio França, participaram da live a presidente do PSB Osasco, professora Tereza Santos, o vereador Julião (PSB/Osasco), o professor Mário Luiz Guide, que fez a mediação, e o economista e escritor Eduardo Moreira, o grande convidado do encontro e profundo conhecedor dos problemas sociais brasileiros, famoso por encontrar soluções, junto às comunidades que conhece a fundo, para ajudar na geração e manutenção de renda.

Márcio França abriu a live falando da importância do tema e enaltecendo a experiência de Eduardo, seu carinho pelo PSB e sua capacidade de enxergar as pessoas como indivíduos e não dígitos. “O Eduardo tem uma história de vida linda, conhece muito bem economia e resolveu ter vivência nas repartições sociais. Ele passa um tempo absorvendo a realidade e isso dá a ele sensibilidade para transformar vidas”, disse França.

O economista falou sobre a história da desigualdade social pelo mundo e usou como exemplo os Estados Unidos, que distribuíram renda dos anos 30 até os anos 80, transformando-se em uma grande potência mundial e como a diminuição dessa estratégia tornou-o, hoje, um dos países mais desiguais, membro da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Sobre o Brasil, Eduardo explicou como a atual política errou na condução da economia durante a pandemia e como isso aumentou a desigualdade social no país. Para ele, o governo deveria ter feito um cartão de débito para cada cidadão, em vez de abrir uma conta em um aplicativo que muitos não sabiam como usar, e cadastrar empresas para o uso desses cartões, movimentando assim a cadeia de produção e fazendo o valor voltar, em forma de tributos, para os cofres públicos. “A maioria do recurso foi usado na informalidade, o que não ajuda a economia. Se o governo precisa de R$ 40 bilhões por mês para pagar o auxílio e tem retorno de R$ 20 bilhões, para o próximo mês seriam precisos só R$ 20 bilhões, diminuindo assim o déficit financeiro”, explicou.

Eduardo citou também os lucros exorbitantes das empresas frigoríficas e o aumento das fortunas dos mais ricos nesse período e afirmou que a maneira mais eficaz de mudar a realidade da desigualdade no país é a distribuição de renda e o incentivo social. “Diminuir a desigualdade é um motor gigantesco de crescimento e talvez o único capaz, nesse momento, de mudar nossa realidade, pois quando você diminui a desigualdade você faz rodar a renda, que vira consumo, que volta para a economia, não prejudicando em nada os mais ricos”, disse o economista.

Para ele, quem governa para os ricos destrói uma sociedade, quem escolhe governar para todos, acaba governando para os ricos, e quem governa para os pobres, governa para todos, pois o recurso entraria todo na raiz do problema social. Para finalizar, Eduardo citou que é preciso uma discussão qualificada para combater o atual governo, com conhecimento e dados que gerem um elemento multiplicador de ideias que convençam e não que alienem.

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