Publicado 20 de abril de 2024 16:19. última modificação 20 de abril de 2024 16:19.

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Informação, argumento e conteúdo educativo constorem ativismo favorável online e offline

Especialista em marketing digital, Glauco Lima diz que estratégia atrai relacionamento com novos públicos

Ninguém mais conta uma história sozinho, com as redes sociais e as novas tecnologias. Hoje, o marqueteiro é o povo, ajudando a informar. Por isso, para construir um ativismo on line e off line favorável, que fuja do sistema das redes, baseado em algoritmos, e atrair novos contatos, pessoas desconhecidas, é preciso fazer uma comunicação conectada com os interesses dos indivíduos, produzindo conteúdos informativos, com argumentos e preocupação educativa.

A lição foi transmitida nesta quinta-feira (18), via You Tube e Zoom, na terceira aula do curso de formação política do PSB, ‘Criatividade: Marcas e Marketing do PSB/Eleições 2024 – Comunicação, Conteúdo e Práticas’, sob o tema ‘Construindo o Marketing para engajamento nas redes sociais’, pelo publicitário e especialista em marketing digital, Glauco Lima.

Com experiência de 40 anos na área, Glauco formou-se pela Universidade Federal do Pará (UFPA, é membro da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP), redator de Propaganda, planejador e criador de Comunicação.

Ele disse que as pessoas sofrem um bombardeio de informações, o que gera busca por conhecimento e esclarecimentos. “Elas vão se informar no Google ou com algum amigo. Quem produz conteúdo relevante, sai na frente”, destacou.

O prefeito do Recife, João Campos, que ministrou a segunda aula do curso, foi lembrado por Glauco Lima como ‘case’ de sucesso, com a criação do aplicativo Conecta Recife. “Houve outra percepção do Governo. Tudo o que o cidadão precisa a Prefeitura informa, com muita prestação de serviço. Até oferecimento de trabalho, público ou privado, pelo aplicativo Go Recife. Mesmo que não compartilhe das ideias do prefeito, cria-se uma relação de afeto e proximidade.”

Glauco ainda afirmou que o modelo de divulgação encontrado nos canais tradicionais das administrações, com notícias sempre positivas, é sabidamente uma espécie de propaganda.

O especialista mostrou pesquisa que revela que 82 por cento da população procura serviços públicos no Google e não encontra, sendo avaliado pelo público como ruim ou péssimo. “O político tem que ser achado no Google.”

Ainda sobre o buscador, em 2021, os temas mais procurados foram, por exemplo, CadÚnico e o que é fascismo. Em 2022, as eleições, anistia, reforma tributária, intervenção federal, guerra da Rússia com Ucrânia. “As pessoas querem entender, saber sobre os assuntos. Devemos oferecer o conteúdo de interesse delas.”

Ele ressaltou que muita gente não sabe sobre coisas que dominamos. “Falar o óbvio parte do senso de que todos já sabem sobre certas assuntos.”

Glauco declarou que o insumo principal na comunicação digital é o tempo, com as pessoas ficando, em média, 10h19 na Internet.

Para ele, o whatsapp tem um peso gigantesco no país, entrando na política pelas portas erradas, referindo-se às fake news. De cada 5 pessoas, quatro se informam pelo zap.

Respondendo a uma pergunta, se é melhor atacar ou propor, Glauco disse que é melhor propor, mas que é diferente atacar e criticar. “O ataque só desqualifica. A crítica pode ser feita com base e com alternativas àquela situação. Qual a proposta do candidato?”

Explicou também que a eleição para o Legislativo é nichada, necessita de causas, cativar segmentos. Já a do Executivo, precisa das maiorias.

“Na pré-campanha, você apresenta suas ideias, causas, posicionamentos, visões, desmonte de coisas negativas, e o que move sua candidatura. Os conteúdos são consequência.” Alertou que nesta fase não pode pedir votos, nem citar “conto com você”.

Segundo ele, a campanha é uma etapa mais emocional, em que se grava o número do candidato, tem jingle, fotos, não contando apenas com recurso financeiro, mas a disciplina e o tempo.

Para entender o modelo mental da Comunicação, hoje, Glauco enfatizou dois aspectos. Um deles é a ampliação do pensamento neopentecostal, a teologia da prosperidade, uma nova lógica em contraponto à cultura católica. “Antes, quando alguém via uma pessoa em situação de rua tinha dó, hoje a maioria acha que não se esforçou o suficiente.” O outro aspecto é a comunicação de muitos para muitos, com as novas mídias e tecnologias de comunicação, trazendo facilidade de produzir e disseminar conteúdos a todos.

Glauco deu várias dicas de estratégias para os participantes:

Quando fizer vídeos, cuidado com a qualidade do áudio;
Escolha temas mais específicos, de interesse do seu público, com informação;
Faça postagens com frequência, regulares;
Com a construção de ‘audiência’ nas suas redes, peça permissão para enviar conteúdos às pessoas e forme grupos por interesse no whatsapp. Canal é fonte de nutrição e grupos são para conversas;
Crie minicursos e palestras;
Gere ambiente de conteúdos fora da agenda e das pautas políticas. Por exemplo, divulgue novas campanhas do governo, dicas de sites para fazer um bom currículo e encontrar o primeiro emprego etc.;
Faça webinars, artigos, blogs, links, infográficos com regularidade;
Crie movimentos e atraia pessoas para ele.

Público – A aula desta quinta-feira (18), com cerca de 250 participantes, teve mediação da coordenadora de Comunicação da FJM, Luciana Capiberibe, e considerações do secretário de Formação do PSB, Domingos Leonelli.

Iniciativa conjunta do PSB com a Fundação João Mangabeira (FJM), a formação aborda diversas temáticas da comunicação, além de conteúdos programáticos, que deverão ser instrumentais para a campanha municipal de 2024. É promovida para candidatos (as), assessores políticos, equipes e membros de pré-campanhas de futuros candidatos (as) socialistas aos cargos de vereador(a), prefeito(a) e vice-prefeito(a) em todo o Brasil.

Próxima aula será com profissional de referência mundial em Economia Criativa – A quarta aula do curso será no dia 25 de abril, às 19h, sob o tema ‘Cidades Criativas e desenvolvimento regional’, com a autora da primeira tese sobre cidades criativas no Brasil, Ana Carla Fonseca Reis, administradora Pública, economista, mestre em Administração e doutora em Urbanismo, profissional de referência mundial em Economia Criativa, Cultura e Desenvolvimento Territorial.

No total, o curso abrange sete exposições de uma hora e meia cada, com meia hora para debate, realizadas por especialistas nas áreas abordadas. As transmissões, com duração total de 2 horas – 1h30 horas para o/a palestrante e meia hora para debate – serão feitas sempre às quintas-feiras, às 19h, até 23 de maio.

Cada especialista enviará um texto de quatro páginas sobre o tema abordado para que seja feita uma publicação como resultado da formação para publicação de um caderno pelo PSB e pela FJM, conjuntamente.

Confira as próximas aulas:

02/05 (quinta-feira), 19h -Inteligência Artificial e eleições 2024

  • Fábio Malini – É professor do Departamento de Comunicação, na Universidade Federal do Espírito Santo, desde 2005, onde coordena o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cultura (LABIC/UFES), onde desenvolve pesquisas sobre ciência de dados, movimentos sociais e redes sociais (com especialidade em coleta, processamento e visualização de big data).

09/05 (quinta-feira), 19h – Construindo o Marketing para engajamento nas redes sociais

  • Sergio Denicoli – O sentimento das redes, estratégias e ações para 2024 – Formado em jornalismo e em publicidade. Pós-doutor em Comunicação, pesquisador da Universidade do Minho, em Portugal, CEO da AP Exata inteligência em Comunicação Digital e colunista do Estadão.

16/05 – Informações para internet – textos e estratégias para portais

  • Luciana Panke – Professora do Departamento de Comunicação e da Pós-Graduação em Comunicação da UFPR, foi reconhecida como uma das 12 mulheres mais influentes da comunicação política da América Latina pelo Victory Awards 2016.

23/05 (quinta-feira), 19h – Diversidade: o bônus eleitoral de pertencer a movimentos populares e defender causas identitárias
Renato Meirelles – Presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva. Foi fundador e presidente do Data Favela e do Data Popular, conduzindo diversos estudos sobre o comportamento do consumidor emergente brasileiro. Considerado um dos maiores especialistas em consumo e opinião pública do país, é autor do livro ‘Um País chamado Favela’, em parceria com Celso Athayde. Renato Meirelles é palestrante e colunista.

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