Publicado 5 de abril de 2024 15:33. última modificação 5 de abril de 2024 15:35.

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Ícones do PSB mostram marca da criatividade do partido a pré-candidatos em aula inaugural de formação política


Márcio França, Carlos Siqueira e Domingos Leonelli passaram orientações e dicas para participantes serem competitivos nas próximas eleições

Como saltar de 472 votos recebidos para mais de 10 milhões? Com a experiência de quase 50 anos de vida pública, o presidente da Fundação João Mangabeira (FJM) e ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, explicou como isso é possível, na aula inaugural do curso ‘Criatividade: Marcas e Marketing do PSB/Eleições 2024 – Comunicação, Conteúdo e Práticas’, realizada ontem à noite, via Youtube e Zoom. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o secretário de Formação do partido, Domingos Leonelli, também mostraram como a criatividade, seriedade e sensibilidade social são marcas do PSB. A mediação foi da coordenadora de Comunicação da FJM, Luciana Capiberibe.

Iniciativa conjunta do PSB com a Fundação João Mangabeira (FJM), a formação aborda diversas temáticas da comunicação, além de conteúdos programáticos, que deverão ser instrumentais para a campanha municipal de 2024. É promovida para candidatos (as), assessores políticos, equipes e membros de pré-campanhas de futuros candidatos (as) socialistas aos cargos de vereador(a), prefeito(a) e vice-prefeito(a) em todo o Brasil.

CARLOS SIQUEIRA – A primeira aula reuniu mais de 300 participantes de todo o mapa brasileiro, que puderam tirar suas dúvidas após as exposições, começando com a fala de Carlos Siqueira. O presidente nacional do PSB afirmou que, “apesar de hoje os meios serem mais modernos, a ‘comunicação não é apenas forma, é conteúdo, principalmente para o partido, com sua experiência e tradição.” Citou como exemplo o prefeito do Recife, João Campos, “um fenômeno nas redes sociais, que se comunica bem inclusive depois das eleições, e faz excelente gestão.”

Para fazer um programa de governo, Siqueira ensina: “Pergunte qual a vocação da sua cidade – turística, industrial, agropecuária ou mais de uma? E canalize investimentos na potencialidade do município.”

Ele citou a Educação como área de forte destaque nos governos do PSB, dando como referência as escolas integrais em Pernambuco, projeto iniciado por Eduardo Campos; na Paraíba, com João Azevedo, e no Espírito Santo, com Renato Casagrande. “Tais políticas precisam ser reproduzidas no Brasil, com criatividade e inovação, estimulando-se a participação popular, outra marca do PSB.”

MÁRCIO FRANÇA – Tendo participado de aproximadamente 30 pleitos, como candidato ou apoiando alguém, Márcio França recordou sua trajetória, especialmente o salto da eleição de vereador eleito com 472 votos, em São Vicente (SP), e a de não eleito por 1% para governador de São Paulo, com mais de 10 milhões de votos recebidos.

Ele passou importantes orientações e dicas. Lembrou do receio do hoje vice-presidente e ministro do Comércio e Indústria, Geraldo Alckmin, durante a campanha, de perder para o adversário porque este estava na frente nas mídias digitais. “Dois experientes, Alckmin e Lula venceram, apertado, com emoção, mas venceram.”

França detalhou as diferenças entre as eleições majoritárias (Executivo) e proporcionais (Legislativo); com um turno ou dois; se a cidade tem rádio e TV ou não; as respectivas porcentagens para se elegerem, entre outras peculiaridades.

Outro ‘insight’ relevante foi para que os pré-candidatos escolham um ou dois temas específicos dentro de um tema principal para se diferenciarem dos demais. “O específico é mais forte que o genérico. Todos vão dizer que vão melhorar a saúde e a educação.”
O ministro informou que, atualmente, 56% da população brasileira pensam que o principal tema é a segurança, seguido da saúde, educação, trabalho, desenvolvimento e mobilidade.

Ele lembrou que, em 2000, quando prefeito de São Vicente, a primeira cidade do Brasil era uma das mais violentas do Estado de São Paulo, a sétima entre 645 municípios. “Implantei um programa de alistamento civil voluntário, para jovens de 18 anos dispensados do Exército”, referindo-se ao Jepom (Jovens no Exercício do Programa de Orientação Municipal). Os participantes recebiam noções de cidadania, de atendimento ao turista, primeiros socorros, curso de informática, uma bicicleta e ajuda de custo mensal de um salário mínimo. Resultado: em 2002, São Vicente despencou para a 32ª colocada no ranking da criminalidade do Estado.

Márcio França ainda ressaltou o aumento de 1.000% de creches em oito anos de mandato; de 6 unidades que atendiam 400 crianças, quando assumiu o primeiro mandato, em 1997, para 66, cuidando de 4,5 mil pequenos. Também na área da educação, ele criou a primeira escola pública para autistas do Brasil, logo que assumiu, o Núcleo Municipal de Atendimento ao Autista (Numaa).

Na saúde, o alerta de Márcio é para a falta de especialistas na rede pública. “A atenção básica funciona, mas o atendimento esbarra nas especialidades, com espera média de seis meses para uma consulta.” Falou sobre um aplicativo que será desenvolvido caso Tabata Amaral, pré-candidata a prefeita de São Paulo, seja eleita, que avisará, após certo período, se o cidadão não conseguiu consulta pela rede pública, com oferecimento de montante para agendamento de consulta particular.

Estratégias para comerciais, santinhos e jingles que grudam como ‘chiclete’, com número do candidato sempre priorizado, um bom acompanhamento jurídico e atenção redobrada na prestação de contas igualmente foram temas abordados por França. Ele frisou que a lealdade é um ativo de inteligência nas campanhas, principalmente para vereador, sendo fiel ao prefeito que apoia e não querendo ter votos de todos os lados porque pode acabar perdendo os que já tem.

“Peçam votos para o vizinho, para a família, colegas, concorrer é um ato de humildade.” Ainda lembrou que mesmo quando as pessoas dizem que não votam no partido e, sim, na pessoa, a primeira coisa que perguntam é por qual partido vai concorrer quando você se apresenta “para saber com quem você anda, quem apoia.”

Nas redes sociais, enfatizou a necessidade do impulsionamento correto e sugeriu a criação de grupos de whatsapp por temas, com comunicação direta e focada.

Fazer da “crítica a tudo e todos sua principal bandeira é um erro”, na visão de Márcio França. “Mostre propostas, trabalho e os temas que as pessoas querem ouvir.”

Uma sugestão que chamou a atenção foi confeccionar ‘displays’ do candidato em tamanho real e colocar nas ruas para as pessoas simpatizantes tirarem fotos. “Vão querer que envie a foto e você terá acesso ao contato dela, podendo depois formar os grupos de whatsapp.” Até dicas de como tirar fotos boas, Márcio deu: “Olhe pra frente, pode ter semblante alegre, mas sem rir, e nada de braços cruzados.”

Ele finalizou afirmando que já é uma grande vitória ser candidato, “pois é difícil as pessoas confiarem e votarem em você.” E lembrou que a deputada federal Tabata Amaral, vinda da periferia e com baixa condição financeira, foi a mulher mais votada na última eleição em São Paulo.

DOMINGOS LEONELLI – O secretário de Formação do PSB, Domingos Leonelli, disse que se identifica uma cidade criativa não pela quantidade de atividades de economia criativa, mas pelas melhores soluções criativas para seus problemas. Para ele, o principal desafio é a redução das desigualdades sociais.

Leonelli apontou a autorreforma do partido como base para um programa de esquerda moderno, com novos paradigmas econômicos e sociais mundiais, tendo a tecnologia da informação como protagonista. “O programa do PSB faz parte de um projeto nacional de desenvolvimento, com preponderância nos municípios e está publicado nos sites do PSB, FJM e Socialismo Criativo.”

Respondendo a participantes, Leonelli explicou que as pessoas já podem se apresentar como pré-candidatas, no entanto, sem pedir votos, precisando aguardar o período eleitoral. Sobre sugestões da população ao programa do candidato, declarou que devem ser contribuições em cima das propostas do candidato.

Próxima aula será com prefeito João Campos – A segunda aula do curso será no dia 11 de abril, às 19h, sob o tema ‘Política 4.0 – Inovações tecnológicas e gestão municipal’, com o prefeito do Recife, João Campos, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife, Rafael Figueiredo Bezerra. Eles vão falar sobre a boa gestão realizada na cidade, incluindo os projetos de tecnologia e inovação, como o Conecta Recife e a Estratégia de Dados de Recife, culminando com prêmios de serviço público e habitat, recebidos em fevereiro último, da ONU, em Nova Iorque.

No total, o curso abrange sete exposições de uma hora e meia cada, com meia hora para debate, realizadas por especialistas nas áreas abordadas. As transmissões, com duração total de 2 horas – 1h30 horas para o/a palestrante e meia hora para debate – serão feitas sempre às quintas-feiras, às 19h, até 23 de maio.
Cada especialista enviará um texto de quatro páginas sobre o tema abordado para que seja feita uma publicação como resultado da formação para publicação de um caderno pelo PSB e pela FJM, conjuntamente.

Confira as próximas aulas:
– 18/04 (quinta-feira), 19h – Construindo o Marketing para engajamento nas redes sociais

  • Glauco Lima – Marketing político nas redes – Formado pela Universidade Federal do Pará UFPA em Comunicação Social, em 1985. É membro da Associação Brasileira de Consultores Políticos – ABCOP. É redator de Propaganda, planejador e criador de Comunicação.

– 25/04 (quinta-feira), 19h–Cidades Criativas e desenvolvimento regional

  • Ana Carla Fonseca Reis – Administradora Pública, economista, mestre em Administração e doutora em Urbanismo, autora da primeira tese sobre cidades criativas no Brasil, é profissional de referência mundial em Economia Criativa, Cultura e Desenvolvimento Territorial.

– 02/05 (quinta-feira), 19h -Inteligência Artificial e eleições 2024

  • Fábio Malini – É professor do Departamento de Comunicação, na Universidade Federal do Espírito Santo, desde 2005, onde coordena o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cultura (LABIC/UFES), onde desenvolve pesquisas sobre ciência de dados, movimentos sociais e redes sociais (com especialidade em coleta, processamento e visualização de big data).

– 09/05 (quinta-feira), 19h – Construindo o Marketing para engajamento nas redes sociais

  • Sergio Denicoli – O sentimento das redes, estratégias e ações para 2024 – Formado em jornalismo e em publicidade. Pós-doutor em Comunicação, pesquisador da Universidade do Minho, em Portugal, CEO da AP Exata inteligência em Comunicação Digital e colunista do Estadão.

– 16/05 – Informações para internet – textos e estratégias para portais

  • Luciana Panke – Professora do Departamento de Comunicação e da Pós-Graduação em Comunicação da UFPR, foi reconhecida como uma das 12 mulheres mais influentes da comunicação política da América Latina pelo Victory Awards 2016.

– 23/05 (quinta-feira), 19h – Diversidade: o bônus eleitoral de pertencer a movimentos populares e defender causas identitárias
Renato Meirelles – Presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva. Foi fundador e presidente do Data Favela e do Data Popular, conduzindo diversos estudos sobre o comportamento do consumidor emergente brasileiro. Considerado um dos maiores especialistas em consumo e opinião pública do país, é autor do livro ‘Um País chamado Favela’, em parceria com Celso Athayde. Renato Meirelles é palestrante e colunista da revista Brasileiros e da Exame.com.

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