Vice-ministro italiano defende importância das cidades e do investimento social
A conferência da primeira noite do Seminário Cidades Inclusivas foi do vice-ministro de Infraestrutura e Transportes da Itália e secretário Nacional do Partido Socialista Italiano, Riccardo Nencini. “A vida deve crescer para o bem das cidades, pois nesses locais é que se criam as riquezas de cada país, onde ficam as fábricas e todos os centros que produzem conhecimento, como as universidades, centros de pesquisas e laboratórios. A ciência é promovida dentro das cidades. Trabalhar por elas é trabalhar pela inovação. Sem os municípios e as cidades seria mais difícil ter um Estado de pé com condições necessárias para governar”, afirmou Nencini.
Na conferência O Socialismo e as Cidades Inclusivas, Nencini, citou como exemplo, citou Florença, na Itália, considerada há 300 anos a capital do desenvolvimento devido à quantidade de crianças que sabiam ler e escrever. “A cultura, a educação, a escola, a ciência devem ser a base sobre a qual se constrói qualquer sociedade. Se os socialistas não fazem disso sua base, não tem o direito de viver”, disse.
Sobre a crise que o Brasil vive atualmente na política, Nencini relembrou a Operação Mãos Limpas ocorrida na Itália, durante a década de 1990, que visava esclarecer casos de corrupção por meio de uma investigação judicial de grande envergadura, e a comparou com a Operação Lava Jato.
Para ele, pela experiência que Brasil e Itália têm em comum, convém afirmar que eles precisam fazer um programa compartilhado e citou alguns pontos. “Primeiro, façam grupos de lobby. Segundo, façam obras que tenham impacto sobre a vida dos cidadãos. Terceiro, concedam o direito de voto àqueles que têm 16 anos para ter uma boa base eleitoral. Quarto e último, um ingrediente estável dos socialistas europeus e italianos, é a redistribuição da riqueza.
Na Itália, temos uma renda mínima para quem não tem trabalho, mas para receber o valor é preciso que essa pessoa preste serviço comunitário, um serviço cívico, explicou. O socialista finalizou afirmando que é preciso amadurecer essas ideias e, se os governos socialistas brasileiro e italiano mantiverem relações estreitas, podem compartilhar programas, missões e sair da situação que vivem hoje. “Precisamos defender a política com unhas e dentes. Não queremos que o Brasil cometa os mesmos erros que a Itália em 1992 e 1994”.