Publicado 11 de outubro de 2021 21:28. última modificação 11 de outubro de 2021 21:28.

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‘Segurança Pública no Estado de São Paulo’ é tema de live da Negritude Socialista paulista na próxima quinta-feira (14/10)

Atlas da Violência aponta que os negros representaram 77% das vítimas de homicídios

Que caminhos devemos trilhar para diminuir os números do ‘Atlas da Violência’, principalmente em relação à população negra? Como ter uma polícia mais humanitária e que respeite a lei e seus cidadãos?

Esse debate será provocado na live ‘Segurança Pública no Estado de São Paulo’, promovida pela Negritude Socialista paulista, no dia 14 de outubro, das 19h às 20h30, pelas redes sociais da Fundação João Mangabeira (FJM).

A live terá a participação especial do ouvidor da Polícia de São Paulo, Dr. Elizeu Soares Lopes; do advogado e jornalista, Dr. Dojival Vieira; do capitão da Polícia Militar do Estado da Bahia, Silvio Conceição do Rosário, e do secretário estadual da NSB-SP, Anderson John, com mediação do secretário geral da NSB-SP, Arlindo Felipe Jr.

Segundo Arlindo Jr., a ideia é promover um ciclo de debates com diferentes atores que possam contribuir com propostas para a elaboração de um plano de segurança púbica para o Estado de São Paulo.

Segundo o Atlas da Violência, em 2019, os negros representaram 77% das vítimas de homicídios, com uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 29,2. Comparativamente, entre os não negros (soma dos amarelos, brancos e indígenas) a taxa foi de 11,2 para cada 100 mil.

Assim, a chance de um negro ser assassinado é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra, ou seja, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre não negras, mostra o Atlas.

De acordo com o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (governo do Espírito Santo), Daniel Cerqueira, “um negro no Brasil tem 23% a mais de chance de ser assassinado. Ainda precisamos estudar como isso se dá por estado. Mas sabemos que isso acontece em locais com forte herança colonial e escravocrata, como na região Nordeste e Norte”, explicou o também coordenador do Atlas 2021.

Conforme o Atlas, em quase todos os estados brasileiros, um negro tem mais chances de ser morto do que um não negro, com exceção do Paraná e de Roraima que, em 2019, apresentaram taxa de homicídios de não negros superior a de negros.

Mulheres negras
O estudo aponta, ainda, que 66% do total de mulheres assassinadas no Brasil são negras, com uma taxa de mortalidade por 100 mil habitantes de 4,1, em comparação à taxa de 2,5 para mulheres não negras.

O Atlas indica também que, em 2009, a taxa de mortalidade entre mulheres negras era de 4,9 por 100 mil, ao passo que entre não negras a taxa era de 3,3 por 100 mil. Um pouco mais de uma década depois, em 2019, a taxa de mortalidade de mulheres negras caiu para 4,1 por 100 mil, redução de 15,7%; e entre não negras para 2,5 por 100 mil, redução de 24,5%.

“Se considerarmos a diferença entre as duas taxas verificamos que, em 2009, a taxa de mortalidade de mulheres negras era 48,5% superior à de mulheres não negras, e onze anos depois, a taxa de mortalidade de mulheres negras é 65,8% superior à de não negras”, ressalta o estudo.

(Fonte: site Alma Preta – Jornalismo Preto e Livre) https://almapreta.com/sessao/cotidiano/negros-representam-77-das-vitimas-de-homicidio-diz-atlas-da-violencia)

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