Publicado 25 de janeiro de 2016 16:08. última modificação 25 de janeiro de 2016 16:08.

OUVIR
Notícias

Socialistas debatem crise e alternativas para o Brasil no Fórum Social Mundial

pn7097

Crise – 23/01/2016 

Cerca de 200 lideranças socialistas de diferentes estados participaram, na sexta-feira (22), em Porto Alegre, de oficina promovida pela Fundação João Mangabeira em parceria com os movimentos organizados do PSB. Durante debate sobre a crise e as alternativas para o Brasil, no 15º Fórum Social Mundial, Beto Albuquerque, vice-presidente nacional do partido, ressaltou que os erros da esquerda dão espaço para o crescimento de discursos conservadores.

“Temos que estar presentes nas lutas e nos debates da esquerda brasileira e mundial. A disputa ideológica é uma gangorra. Quando a esquerda fraqueja, dá margem para o crescimento dos discursos conservadores. A esquerda não pode errar, não pode trair um país, não pode confundir projeto de poder com o projeto de nação”, disse, em meio a críticas ao governo federal, no evento realizado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. “Eles não aceitam críticas, debates, não ouvem sugestões e tratam seus adversários como inimigos.”

Em relação aos desafios da esquerda na atualidade, o socialista defendeu o debate político, econômico e fiscal pelo viés progressista, que honre e resgate a trajetória da corrente ideológica que tem como representante o PSB.

“Nosso partido rompeu com o governo federal por discordar dos rumos econômicos já em 2013. Em diversas oportunidades Eduardo Campos alertou a presidente Dilma que seria preciso ajustar os rumos, sob pena de sofrer com a volta da inflação, com o retrocesso, o desemprego. A previsão de Eduardo se confirmou e se agrava a cada ano, pois o governo federal não apresentou nenhuma medida que seja capaz de reverter o caos e iniciar a retomada do crescimento econômico e social. Pelo contrário: aumentou os juros para dar mais dinheiro aos banqueiros”. E completou: “O governo Dilma foi aquele que menos fez reforma agrária na história contemporânea do país e se lambuzou. A esquerda não pode se lambuzar com nada, a não ser com o suor do trabalho”.

Em relação à disputa eleitoral de 2018, Beto defendeu que o PSB mantenha o protagonismo nacional iniciado por Eduardo Campos. “Sonho, há 30 anos, desde que entrei no PSB, com um projeto político que tenha compromisso com a sociedade, que tenha a nossa cara, que represente a nossa luta e a nossa história. O plano de governo elaborado por Eduardo, em 2014, está super atualizado. É embasado nele que temos que voltar a andar pelo Brasil, junto com os segmentos do PSB, junto com a base partidária, para avançar nesse debate, nos consolidando como alternativa eleitoral viável à esquerda”.

Beto completou defendendo o fim da polarização entre PT e PSDB. “São duas bananeiras que não dão mais cacho. Fazem apenas a disputa de poder, marcada pelo presidencialismo de coalizão, com apoio ancorado em troca de cargos e favores”, disse.

O socialista defendeu a prática política a serviço da população e não para a perpetuação dos partidos no poder. “Se o presidente da República fosse do PSB, o Bolsa Família já estaria na Constituição, seria uma política de Estado e não de governo. Hoje, o PT utiliza o programa como bandeira eleitoral.”

Nessa mesma linha, Beto defendeu um novo modelo de governabilidade, marcado pela gestão qualificada, com metas, resultados e meritocracia, inspirada no governo de Eduardo Campos em Pernambuco. “Temos que construir uma grande vitória nas eleições municipais e semear o caminho para 2018. Precisamos de candidaturas competitivas, que sejam ligadas aos movimentos, que representem nossa trajetória nas principais capitais e cidades-polo do país. Não vamos parar o protagonismo iniciado por Eduardo Campos. Não vamos desistir do Brasil”, disse. “Somos socialistas e socialistas saem da crise sem a CPMF, combatendo os interesses financeiros e defendendo os trabalhadores”.

Deputado federal gaúcho mais assíduo na Câmara dos Deputados, José Stédile (PSB) abordou a crise de governabilidade do PT. “O governo que tem apoio do (ex-presidente Fernando) Collor e do (deputado Paulo) Maluf, por exemplo, definitivamente não é um governo de esquerda”, disse, lembrando que a alteração no seguro desemprego e a volta da inflação são sintomas da incompetência administrativa do Palácio do Planalto.

“Precisamos do novo jeito de governar, assim como fez Eduardo em Pernambuco. Hoje, Beto Albuquerque é a liderança que melhor representa o nosso projeto nacional”, afirmou.

Movimentos sociais
Os representantes dos movimentos sociais do PSB fizeram também avaliação da conjuntura nacional e defenderam protagonismo da sigla. Para o secretário Nacional do Movimento Sindical Socialista (SSB), Joílson Cardoso, o Brasil atravessa um conjunto de crises, liderados pela recessão econômica e pela a crise de representatividade político-partidária.

“A perda dos direitos como o seguro desemprego e a aprovação na Câmara dos Deputados da terceirização são exemplos das barbáries cometidas pelo governo federal contra os trabalhadores do Brasil. O PSB é o novo caminho”.

Falando em nome da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB, Francileide Passos defendeu a presença de mais mulheres nos espaços de poder e enalteceu o viés preparatório do debate. “A formação política deve ser permanente e é fundamental para oxigenar as ideias, os projetos e estimular a continuidade das lutas”.  Já a secretária nacional do Movimento Popular Socialista (MPS), Maria de Jesus, destacou a função dos segmentos organizados do PSB. “Temos o papel de estreitar a relação entre a direção partidária e a população.”

Secretário nacional da Juventude Socialista Brasileira, Tony Sechi lembrou a trajetória de lutas do movimento, que no passado foi liderado pelo hoje vice-presidente do PSB Beto Albuquerque. “Temos que seguir trabalhando para nos colocarmos como alternativa viável e competitiva de esquerda para o país, para os Estados e os municípios”. Da mesma forma Valneide Nascimento, secretária nacional da Negritude Socialista Brasileira (NSB), também defendeu o protagonismo nacional do PSB, através da candidatura à presidência da República, em 2018.

O debate foi coordenado pela dirigente nacional, Mari Machado, que representou a Fundação João Mangabeira. “Historicamente o PSB traz a sua visão, o seu debate, defendendo as suas bandeiras no Fórum Social Mundial. Sempre marcamos nossa posição através de grandes lideranças socialistas como os nossos ex-presidentes e sempre lembrados Miguel Arraes e Eduardo Campos”, disse Mari ao reforçar posição favorável a retomada do projeto nacional.

O coordenador da FJM/RS, Gildo Silva, prestigiou a atividade, que também contou com a participação do secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social, em exercício, Juliano Paz, do coordenador da bancada do PSB na Assembleia Legislativa, Mário Bruck, e de presidentes de diretórios municipais do PSB gaúcho.

Ao final do debate foi divulgada nota na qual todos os participantes da oficina do FSM 2016 formalizaram a defesa da retomada do projeto nacional do PSB com candidatura própria à Presidência da República em 2018.

Assessoria de Comunicação / PSB-RS

Compartilhe
compartilhamentos: