Publicado 25 de julho de 2020 15:42. última modificação 25 de julho de 2020 15:42.

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Pense Brasil Virtual reúne representantes de segmentos sociais do Partido Socialista Brasileiro (PSB)

Em uma edição especial, o Pense Brasil Virtual reuniu, no último dia 24 de junho, representantes dos segmentos organizados do Partido Socialista Brasileiro (PSB). A conferência virtual foi mediada pelo presidente da Fundação João Mangabeira, Ricardo Coutinho, e transmitida ao vivo pelo Facebook, YouTube e Instagram da Fundação.

Com o tema ‘Identidades brasileiras: um vetor original para a democracia e o desenvolvimento’. O encontro reuniu a Secretária Nacional da Negritude Socialista Brasileira, Valneide Nascimento; o Presidente Nacional da Juventude Socialista Brasileira, Tony Sechi; a Secretária Nacional de Mulheres do PSB, Dora Pires; a Coordenadora Nacional do PSB Inclusão, Luciana Trindade; a Secretária Nacional do Segmento LGBT Socialista do PSB, Tathiane Araújo, o Secretário Nacional Sindical do PSB, Joilson Cardoso; e Acilino Ribeiro, Secretário nacional do Movimento Popular Socialista do PSB.

“Estamos excepcionalmente fazendo um Pense Brasil de dentro para fora. Queremos que os segmentos organizados do nosso partido possam, por meio desse seminário, apresentar suas observações, suas visões do Brasil, do mundo e suas visões partidárias”, anunciou o presidente da Fundação João Mangabeira, Ricardo Coutinho, ao salientar que seria uma conferência sobre temáticas do mundo real. “Ao discutirmos sobre vários assuntos, devemos lembrar que existe um mundo do cotidiano, do dia a dia, que se esbarra em questões como o racismo, a misoginia, a Lgbtfobia e o esfacelamento do mundo do trabalho, por exemplo”, complementou Coutinho.

Representante da Negritude Socialista Brasileira, Valneide Nascimento lembrou da proposta de feminismo negro de Angela Davis, que é um instrumento para sermos antirracistas, e que deve ser incorporado pelo PSB e pela sociedade. “A identidade negra brasileira, assim como todas as outras identidades, precisa ser pensada do ponto de vista dos setores. Não podemos assumir a primazia de uma opressão sobre as outras, e não há espaço para disputar qual opressão é mais urgente. Sair do campo da individualidade e trazer o debate identitário para o campo coletivo nos trará mais resultados e melhores propostas para o desenvolvimento do Brasil”, sustentou a também Presidente Nacional do Instituto Afro Origem – INAO.

Por sua vez, a Secretária Nacional do Segmento LGBT Socialista do PSB, Tathiane Araújo, expôs o crescente conservadorismo da sociedade brasileira e lembrou que quando a comunidade LGBT mais precisou, a esquerda estava acocorada e dependente do conservadorismo, que fazia chantagens contra pautas LGBTs e já produzia fake news. “É preciso que nós dos partidos de esquerda repensemos nossos passos e o compromisso real com as pautas progressistas, como nós do PSB temos, quando pensamos em políticas públicas de qualidade, acolhimento e conscientização da população LGBT”, ressaltou Tathiane.

Já Tony Sechi, Presidente Nacional da Juventude Socialista Brasileira, ao analisar o conservadorismo de parte da juventude atual, disse que “a dificuldade dos partidos de esquerda em encantarem a nossa juventude se deu pela falta de gestões horizontais e participação ativa dos jovens. No PSB temos um cenário diferente, e vários jovens conseguem ter protagonismo e representação”, observou Sechi. “No negacionismo que vivemos hoje em dia no Brasil, onde para a direita não existe racismo, machismo e homofobia, temos o dever de desconstruir esses discursos na base e fazer o contraponto. Para isso, nossa juventude estará cada vez mais mobilizada com o objetivo de passar por cima disso tudo e trazer bons tempos para o país”, completou.

Coordenadora Nacional do PSB Inclusão, Luciana Trindade explicou que ao longo da história humana as pessoas com deficiência eram vistas como ‘castigo de Deus’, e eram mortas por isso. “Ao passar do tempo elas, mesmo não sendo mortas, ficavam contidas em espaços fechados, não eram vistas em espaços públicos, e assim as cidades foram se desenvolvendo sem envolver as necessidades das pessoas com deficiência. Hoje, as cidades já estabelecidas têm barreiras intransponíveis para essas pessoas, e a acessibilidade não é um conceito apenas para as pessoas com deficiência: é para a sociedade como um todo, porque as pessoas se acidentam, engravidam, envelhecem e de uma maneira ou de outra podem ter dificuldades motoras ao longo da vida”, completou Luciana em sua exposição de que a pauta da mobilidade é uma pauta de todas as pessoas.

Ao diagnosticar o atual momento sindical brasileiro, Joilson Cardoso, Secretário Nacional Sindical do PSB, mostrou que a dissolvição do ordenamento jurídico trabalhista via reformas acabou com princípios que estão em nossa Constituição, como a não terceirização da atividade central das empresas. “Tivemos a cassação dos direitos dos trabalhadores e dos direitos de organização. Hoje os sindicatos estão fechando e abolidas as suas funções de defesa dos trabalhadores”, disse. “A pior de todas as explorações humanas é a exploração do homem sobre o homem, mas temos certeza de que o PSB absorve muito a pauta da classe trabalhadora e todos contribuímos para essa luta”, completou Cardoso.

Acilino Ribeiro, Secretário nacional do Movimento Popular Socialista do PSB, explicou a estratégia do partido de criar núcleos de base para que o PSB possa se inserir dentro dos movimentos sociais e a partir daí desenvolver suas políticas partidárias, de recrutamento, organização, mobilização e participação. “E ao mesmo tempo formatar as políticas públicas desenvolvidas e defendidas pelo partido para que ao assumirmos o poder através dos legislativos, das prefeituras, governos estaduais e da própria presidência da república, possamos identificá-las e defendê-las adequadamente”, sustentou Ribeiro. 

A Secretária Nacional de Mulheres do PSB, Dora Pires, por sua vez, discorreu sobre a história da luta das mulheres na sociedade. “A violência contra a mulher é muito grande no Brasil e no mundo, e estamos em esforço diário para impedir essas condutas e construir uma relação fortalecida na participação social”, explicou. “Na questão das eleições, as desigualdades entre homens e mulheres se evidencia de uma forma muito maior, e o partido deve trabalhar internamente para liderar a sociedade na construção de um mundo mais equânime aos vários segmentos do corpo social. Por isso, lembro que a política é o melhor meio de transformação da sociedade”, completou Dora.

Ao encerrar o debate, Ricardo Coutinho falou da grande honra em receber companheiras e companheiros Socialistas que representam importantes segmentos da sociedade e do partido. “Não podemos pensar em democracia sem reconhecer essa diversidade de identidades que o Brasil tem, e foi exatamente isso que fizemos no dia de hoje. Com diálogos como esse, podemos pavimentar um caminho para um Brasil e um mundo mais justo”, concluiu o presidente da FJM.

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