Publicado 26 de janeiro de 2021 16:32. última modificação 26 de janeiro de 2021 22:41.

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Pense Brasil discute a pandemia no Brasil, que tem 2,8% da população mundial e 10% das mortes por covid-19

Na abertura da 24ª edição do Pense Brasil Virtual, a primeira de 2021, o presidente da Fundação João Mangabeira, Ricardo Coutinho, afirmou que é impossível iniciar o ano de 2021 sem “discutir a pandemia e o governo Bolsonaro, que promove um verdadeiro genocídio, quando o país chega a 217 mil mortes, na contagem oficial e que podem ser 250 mil, se contarmos as mortes por causas não identificadas. O Brasil tem 10% das mortes por coronavírus do mundo”, afirmou.

A 24ª edição virtual do Pense Brasil Virtual, uma série de webnários organizados pela Fundação João Mangabeira, do PSB, teve como tema “O Brasil tem de vencer a pandemia e Bolsonaro: urgência nacional” e reuniu, além de seu presidente e ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, que atuou como moderador; Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde; o deputado estadual pelo PSB do Amazonas e ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa e o deputado federal Aliel Machado (PSB PR).

O ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que o Brasil tem 2,8% da população mundial e hoje conta 10% no número mundial de óbitos. “Isso mostra o tamanho da crise que enfrentamos no combate à pandemia. Não antevejo nem ritmo de vacinação nem cobertura vacinal para freá-la antes do final de 2022. A covid afeta desigualmente as populações desiguais. Os pobres, os pretos e quem vive nas periferias sofrem uma carga de adoecimento e mortes muito maior. Isso tudo demonstra a inércia do governo federal e a postura do presidente da República, do ponto de vista do combate à pandemia. O impacto do fim do auxílio emergencial será devastador para essa população”, disse Chioro.

O deputado Aliel Machado, afirmou que vivemos um momento onde a população espera respostas rápidas, espera oxigênio, espera nas filas de UTIs e por leitos de hospitais. Nos sentimos revoltados com aqueles que deveriam assumir a responsabilidade e liderar a Nação. “O Brasil vivenciou uma ruptura política que implantou algumas medidas econômicas que são devastadoras para a população: a PEC 95, que limita o teto de gastos, a reforma da Previdência e a reforma Trabalhista. Essas medidas reduziram a capacidade de reação do país, em um momento que o Estado precisaria ser forte para proteger os seus”.

Já deputado estadual pelo PSB e ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa, lembrou que esse cenário nacional fica ainda mais grave em Manaus e no Amazonas, porque não existe ligação por terra com o país. Ou se vai de avião ou o caminho tem que ser feito por terra até Belém e depois são cinco dias de barco até Manaus. Tabatinga está a 20 dias de barco de Belém. Aqui nós temos um isolamento, tanto que quem está dando a mão ao Amazonas é a Venezuela. Ainda temos um agravante, a nossa atenção básica de saúde de Manaus e do interior do Estado foi muito reduzida pelo fim do Programa Mais Médicos. Nós também temos uma crise na gestão, até por divergência ideológica. Nesses 11 meses de pandemia nós tivemos três secretários estaduais de saúde, dois deles foram presos pela questão dos respiradores. Nós vivemos uma crise de tudo. Quando veio a segunda onda do vírus, ela chegou no Amazonas no período das chuvas, que vai de novembro a março e agrava as doenças respiratórias. Aí o Estado desenvolveu uma cepa de vírus com transmissão muito maior e com maior mortalidade, que nos levou a um colapso”, afirmou o ex-prefeito de Manaus.

Ricardo Coutinho lembrou que o Pense Brasil está em sua 28ª edição, sendo que a pandemia obrigou a 24 deles serem realizados em plataformas virtuais e transmitidos pelas redes sociais da Fundação. E que seria impossível não discutir esses 11 meses de inferno que o mundo e o Brasil estão vivenciando, o Brasil ainda mais que o mundo.

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