Publicado 29 de janeiro de 2020 21:17. última modificação 29 de janeiro de 2020 21:17.

OUVIR
Notícias

Dia da Visibilidade de pessoas Travestis e Transexuais é tema de debate na Fundação João Mangabeira

Legenda: Para Fábio Maia o respeito à diversidade é parte do socialismo

Aconteceu na noite desta quarta-feira, 29/01, na sede da Fundação João Mangabeira (FJM) em Brasília, o Bate-Papo On-line Fake News da Ideologia de gênero: avaliação as estratégias e desafios de um ano do governo conservador para as pessoas trans no Brasil . A secretária do segmento LGBT do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Tathiane Araújo, fez a abertura do evento. Ela ressaltou a importância de compreender que existe diversidade na sociedade, “ ser socialista plural é incluir as pessoas LGBT e as pessoas trans, vivemos um governo conservador, que persegue essa pauta”, além disso, Tathiane ressaltou a importância de que a comunidade trans ocupe espaços políticos, ela lembrou que existem hoje duas deputadas trans no Brasil.

Tathiane: precisamos participar da política.

O Diretor de Organização da FJM, Fábio Maia, disse que o movimento LGBT é um dos mais atuantes do PSB e que o respeito à identidade de gênero é fundamental “pois não basta ser socialista no que está escrito, mas no respeito à diversidade e naquilo que se constrói no dia-a-dia”.

Estiveram presentes os secretários dos segmentos da Juventude, Movimento Popular e da Negritude Socialista Brasileira, respectivamente Tony Secchi, Acilino Ribeiro e Valneide Nascimento.

Da esquerda para direita: Amanda, Raffael, Tathiane, Carolina e Fábio Maia

Amanda Anderson, advogada e presidente do PDT/Diversidade (Partido Democrático Trabalhista) contou que em 2011 foi formado um movimento de cooperação partidária no PDT e que ela foi a primeira mulher trans presidente de um movimento partidário no Brasil, foi a primeira na América latina e na internacional socialista e a primeira mulher trans a se formar em direito no Mato Grosso do Sul, “em pleno século XXI isso não é legal”, disse. Ela contou que ficou dez anos esperando para que um juiz de primeira instância no Mato Grosso do Sul reconhecesse seu nome social, o que hoje é um direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal, “eu tinha que me apresentar em algumas audiências com meu antigo nome civil, o que era vexatório”.

Raffael do Carmo, Acadêmico em Artes e coordenador da Rede Paraense de Pessoas Trans do Movimento de Travestis e Transexuais do Pará concordou com Amanda Anderson no que diz respeito à necessidade de que se denuncie os casos de assassinato da população trans para que eles sejam transformados em estatísticas e, a partir disso, em políticas públicas. “ Precisamos nos empoderar das poucas políticas favoráveis, gerar dados, que são importantes”. Ele informou que ser trans e negro é um risco no Brasil, “essa violência é potencializada quando se é negro, trans e da periferia”.

A advogada gaúcha Carolina Parisotto, voluntária da igualdade do Movimento de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul, disse que assim como Amanda Anderson, ela havia sido a primeira mulher trans a se formar em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul(URGS). Ela milita pelo direito das pessoas trans e relatou vários problemas de transfobia. Questões como alistamento militar, direito à saúde e educação, são extremamente complicados para essa comunidade. A transfobia faz com que profissionais de saúde despreparados não dêm o devido atedimento às pessoas trans. O resultado é o não acesso ao direito à saúde, as pessoas trans acabam realizando “procedimentos clandestinos e praticando automedicação”
.

Evento aconteceu na sede da Fundação João Mangabeira em Brasília

Compartilhe
compartilhamentos: