Publicado 15 de outubro de 2021 11:01. última modificação 15 de outubro de 2021 11:15.

OUVIR
Notícias

Neste 15 de outubro, homenageamos a professora Margarida Vieira, ex (e única mulher) presidente da Fundação João Mangabeira

Margarira Vieira

O currículo é de invejar e sua trajetória de deixar todas as mulheres socialistas orgulhosas. Assim é Margarida Luiza de Matos Vieira ou a Guida, para os íntimos. Aos 72 anos, ela é membro da Executiva Estadual Provisória e do Diretório Nacional do PSB, doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestra em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais, e graduada em História pela mesma universidade.

Começou sua carreira dando aulas para o ensino fundamental, migrando para o ensino médio e depois para o ensino superior. Procuramos a ex (e única mulher) presidente da Fundação João Mangabeira para um bate-papo sobre a sua história dentro das salas de aulas e a perspectivas da educação no Brasil na atual conjuntura. Confira.

FJM: Fale um pouco do seu começo na docência.
MV. Lecionei desde minha formatura em História, em 1974, nos Colégios Pitágoras e Santo Agostinho. No curso superior, comecei na Universidade Católica de Minas Gerais, hoje PUC-MG. Em 1998, fui aprovada no concurso DCP-UFMG em 1978, onde me aposentei 20 anos depois, em 1998. Mas ainda permaneci lecionando por alguns anos. De 2000 a 2005, dei aulas e coordenei o curso de História da Univale, em Governador Valadares e também na Faculdade de Pedro Leopoldo, também em Minas Gerais, de Ciências Políticas.

FJM: Quais as principais lembranças vividas como professora?
MV. Foram muitas (risos). Fico feliz quando encontro com ex-alunos ou ex-alunas e eles me contam lembranças de aprendizados na sala de aula. Aprendi muito mais com eles e elas.

FJM: O que é ser professor no Brasil, quais os desafios?
MV. Aprendi com Anísio Teixeira a importância da educação pública de qualidade para garantir uma sociedade democrática e, com Paulo Freire, a desenvolver o diálogo constante com os alunos e alunas. Aprendemos muito juntos. Ser professor é querer aprender constantemente e estimular o aluno a buscar o conhecimento para melhorar a vida de todos.

FJM: Quais os desafios da profissão hoje?
MV. No século 21, temos que fazer a educação acompanhar a vida das pessoas, combinando o virtual com o real. Mas temos que estimular uma visão constantemente crítica e criativa. Num mundo cada vez mais individualista, temos que situar sempre o interesse público combinado com os desejos pessoais. Em cada tema estudado, deve ser despertada a curiosidade e os efeitos práticos do conhecimento.

FJM: Como a pandemia vai impactar a trajetória acadêmica das crianças? Os menos favorecidos que não tiveram aulas remotas vão ficar para trás?
MV. A pandemia já está prejudicando muito a formação educacional. Em uma sociedade profundamente desigual, os menos favorecidos são excluídos da comunicação digital. Seria fundamental que o Estado (federal, estadual e municipal) tenha um plano de garantir tablets ou outros instrumentos tecnológicos para que todos aprendam e usem os meios digitais de comunicação.

Compartilhe
compartilhamentos: